sexta-feira, 4 de novembro de 2011

102 dias


Neste espaço de tempo visitámos nove países no continente sul americano, onde tivemos a oportunidade de conhecer uma grande diversidade de lugares, desde florestas a desertos, praias a vulcões, cidades mais populosas que Portugal e aldeias mais pequenas que o meu querido Bairro de São Jorge, enfrentámos temperaturas desde os -18ºC até aos 40ºC, mergulhámos até 12 metros de profundidade no Pacífico e acampámos a 4300 metros de altura algures nos Andes, gastámos 100 euros numa refeição, como também 3 dólares, dormimos por 10 euros,  por 2 euros, e de graça, dormimos em quartos com 1 e com 24 camas, em terminais de aeroporto, corporações de bombeiros, autocarros e em tendas, já andámos com 1500 euros na mala e já estivemos sem dinheiro, tivemos momentos de pura felicidade e momentos difíceis, vimos dançar tango, samba e salsa, já falámos português, espanhol, francês e inglês, conhecemos pessoas de todo o mundo, gente boa e gente má, andámos de parapente e de bicicleta, viajámos de avião, barco, autocarro, comboio, e a pé. 

Contudo, a história começa bem antes…

            Da minha parte, não foram precisas mais de 4 semanas engravatado, passadas em frente a um computador 8 horas por dia, para perceber que não era aquilo que queria para a minha vida. Quando uma pessoa vive insatisfeita, tem duas escolhas, ou se resigna e se habitua, ou procura caminhos diferentes que a possam levar à realização pessoal, o que muitas vezes implica sair da zona de conforto. Aconteceu comigo, passados 3 meses de primeiro emprego, automaticamente a cabeça começou a procurar caminhos que me preenchessem. Das várias ideias que surgiram, a viagem foi uma delas, apontada de imediato ao continente sul Americano. Não há uma explicação muito racional, creio que foi uma escolha tão espontânea como inconsciente. Agora que penso, talvez a proximidade com a cultura latina tenha sido um factor importante para primeira viagem, assim como o fascínio por toda a música deste continente. Acima de tudo, queria viver algo que nunca antes tinha vivido, algo desconhecido, depender de mim durante 2 meses num continente totalmente estranho, conhecer novas culturas e modos de vida, viver, crescer.

Vitor

                Costumo ser uma pessoa muito complicada, que procura razões, explicações, teorias, possibilidades. No entanto, aqui foi fácil: queria ir, viajar. Queria conhecer, sair do ninho, atirar-me contra o mundo e ver o que mudava cá dentro e o que ficava imóvel. Nunca tinha imaginado a grandeza de tudo o que ia descobrir. 

Carolina

1 comentário:

  1. As vezes não basta estar insatisfeito com as 8h de trabalho diárias ou ser -se complicado, também é preciso coragem :)
    Parabéns pela coragem que tiveram... Que aventura :)

    Beijinhos*

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