Neste espaço de tempo visitámos
nove países no continente sul americano, onde tivemos a oportunidade de
conhecer uma grande diversidade de lugares, desde florestas a desertos, praias
a vulcões, cidades mais populosas que Portugal e aldeias mais pequenas que o
meu querido Bairro de São Jorge, enfrentámos temperaturas desde os -18ºC até
aos 40ºC, mergulhámos até 12 metros de profundidade no Pacífico e acampámos a
4300 metros de altura algures nos Andes, gastámos 100 euros numa refeição, como
também 3 dólares, dormimos por 10 euros,
por 2 euros, e de graça, dormimos em quartos com 1 e com 24 camas, em
terminais de aeroporto, corporações de bombeiros, autocarros e em tendas, já
andámos com 1500 euros na mala e já estivemos sem dinheiro, tivemos momentos de
pura felicidade e momentos difíceis, vimos dançar tango, samba e salsa, já
falámos português, espanhol, francês e inglês, conhecemos pessoas de todo o
mundo, gente boa e gente má, andámos de parapente e de bicicleta, viajámos de
avião, barco, autocarro, comboio, e a pé.
Contudo,
a história começa bem antes…
Da
minha parte, não foram precisas mais de 4 semanas engravatado, passadas em
frente a um computador 8 horas por dia, para perceber que não era aquilo que
queria para a minha vida. Quando uma pessoa vive insatisfeita, tem duas
escolhas, ou se resigna e se habitua, ou procura caminhos diferentes que a
possam levar à realização pessoal, o que muitas vezes implica sair da zona de
conforto. Aconteceu comigo, passados 3 meses de primeiro emprego, automaticamente
a cabeça começou a procurar caminhos que me preenchessem. Das várias ideias que
surgiram, a viagem foi uma delas, apontada de imediato ao continente sul
Americano. Não há uma explicação muito racional, creio que foi uma escolha tão
espontânea como inconsciente. Agora que penso, talvez a proximidade com a
cultura latina tenha sido um factor importante para primeira viagem, assim como
o fascínio por toda a música deste continente. Acima de tudo, queria viver algo
que nunca antes tinha vivido, algo desconhecido, depender de mim durante 2
meses num continente totalmente estranho, conhecer novas culturas e modos de
vida, viver, crescer.
Vitor
Costumo
ser uma pessoa muito complicada, que procura razões, explicações, teorias,
possibilidades. No entanto, aqui foi fácil: queria ir, viajar. Queria conhecer,
sair do ninho, atirar-me contra o mundo e ver o que mudava cá dentro e o que
ficava imóvel. Nunca tinha imaginado a grandeza de tudo o que ia descobrir.
Carolina
As vezes não basta estar insatisfeito com as 8h de trabalho diárias ou ser -se complicado, também é preciso coragem :)
ResponderEliminarParabéns pela coragem que tiveram... Que aventura :)
Beijinhos*