domingo, 16 de outubro de 2011

"Happiness is only real when shared"

Dia 7 de Outubro era o dia do bacalhau com natas. E não era um bacalhau com natas qualquer, foi o bacalhau com o qual sonhámos durante 74 dias. Claro que com o bacalhau vinham os abraços, a família e os amigos à espera no aeroporto, já impacientes após um regresso adiado. Ainda que presos numa dualidade de sentimentos, de querer regressar e simultaneamente lamentar deixar esta vida de descobertas e aventuras, estávamos impacientes também: dia 7 de Outubro era o dia do nosso regresso. Quando dia 7 chegou, a decisão estava tomada. Enquanto o avião cruzava algures o Atlântico, os nossos pés estavam nele mergulhados, numa aldeia muito distante do aeroporto, e do bacalhau com natas.

É verdade, ao longo desta viagem algo foi crescendo dentro de nós. Durante dois meses fora da terra Natal, da zona de conforto, todos os dias são diferentes, é difícil prever o amanhã. A vida deixou de ser uma agenda, uma rotina, uma lista infinita de compromissos. A caixa de um metro quadrado onde vivíamos, ampliou-se para além do que poderíamos pensar. Os dias que antes eram um mar de impossibilidades, transformaram-se num mar de possibilidades, todas as limitações que estão dentro da nossa cabeça são abafadas pelo entusiasmo da descoberta e da novidade constante. Adicionando todas as novas amizades, experiências trocadas e horas de reflexão, foi quase natural decidir que fazia sentido ficar, ao invés de regressar à vida que é suposta. Não acrescentar dias à nossa vida, mas vida aos nossos dias. Trocar o certo pelo incerto.

Que fique bem claro que não temos nenhuma opinião vincada sobre o correcto ou incorrecto a fazer. Não queremos com isto dizer que a vida em Lisboa não nos fazia sentido de todo, mas este sentimento de procura de algo mais não vem de agora, e daí o porquê desta viagem.

Como o título do post menciona, a felicidade só é real quando partilhada, e por isso decidimos fazer este blog, para partilhar algumas das nossas experiências e aventuras, de uma viagem que tem agora, o regresso adiado, indefinidamente.

Carolina e Vitor

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